O Crime da 113 Sul terá, nesta terça-feira (11/3), mais um capítulo — e este pode ser determinante para o futuro de Adriana Villela. O Superior Tribunal de Justiça (STJ) vai julgar, a partir das 14h, o pedido de prisão da mulher, condenada pela Justiça do Distrito Federal a 61 anos pela morte dos pais, José Guilherme Villela e Maria Villela, e da empregada da família, Francisca Nascimento Silva.
- A sessão será transmitida no canal do Metrópoles no YouTube.
De amplo apelo midiático, o caso envolvendo a arquiteta brasiliense de 61 anos desperta a curiosidade da população quanto aos detalhes que envolvem a vida e a história dela.
Adriana é graduada em arquitetura e urbanismo e mestre em desenvolvimento sustentável. Formada na Universidade de Brasília (UnB), a arquiteta desenvolveu, ao longo da carreira e da vida acadêmica, projetos de bioconstrução, construção com reaproveitamento de materiais recicláveis e redução do desperdício.
“Alternativa” e desenhista
Nas redes sociais, Adriana costumava publicar fotos meditando em montes, pintando quadros, visitando cachoeiras e mantendo contato direto com a natureza.
Adriana se definia como “alternativa”. Nos dias de julgamento no Tribunal de Justiça do DF (TJDFT), em 2019, ela desenhava durante o júri.
Um ano depois do crime, Adriana se mudou para o bairro do Leblon, no Rio de Janeiro, onde mora até hoje. Ela não deve estar presente no STJ durante o julgamento desta terça. Conhecidos dela confidenciaram à reportagem que ela nem sequer deve assistir à sessão.
Adriana tem um irmão, o advogado Augusto Villela, 55, com quem dividiu a herança de aproximadamente R$ 40 milhões deixada pelos pais. Ela também tem uma filha, Carolina Villela, 40. Foi Carolina quem encontrou o corpo dos avós e da empregada da família dias após o crime.
O que significa o julgamento de Adriana Villela pelo STJ?
- O julgamento do STJ tem como base decisão do Supremo Tribunal Federal (STF) que pode mudar a situação da arquiteta;
- Até 2024, o Código de Processo Penal (CPP) permitia que réus primários condenados em primeira instância ficassem livres até esgotadas todas as possibilidades de recursos;
- Em setembro do ano passado, o STF decidiu que os tribunais do júri – onde ocorrem os júris populares – têm soberania para decidir sobre a execução imediata de penas impostas aos condenados;
- O MPDFT fundamentou o pedido de prisão imediata de Adriana Villela com base nessa decisão;
- No entanto, o advogado de defesa de Adriana acredita que o movimento do MPDFT de aproveitar o novo entendimento do STF foi “absolutamente teratológico [anormal]” e que as decisões mencionadas pela acusação são “preclusas”; por isso, perderam o prazo previsto em lei;
- Além disso, a defesa da arquiteta também busca pela anulação do júri que a condenou em 2019.
O Metrópoles contou o caso com riqueza de detalhes no podcast Revisão Criminal. Em sete episódios, as teses da defesa e da acusação foram explicadas com profundidade.