O tenente-coronel Mauro Cid, ex-ajudante de ordens da Presidência da República no governo de Jair Bolsonaro (PL), falou ao ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF), em audiência ocorrida em novembro do ano passado, sobre o suposto plano de golpe de Estado, após as eleições presidenciais de 2022.
Em determinando momento da oitiva, Moraes perguntou a Cid sobre uma reunião de militares, agendada pelo ex-ajudante de ordens e ocorrida em novembro de 2022, na qual teriam sido discutidas questões relacionadas ao plano. Participaram dela, segundo Cid, o general Braga Netto; o general da reserva do Exército Paulo Sérgio Nogueira de Oliveira; e o tenente-coronel Hélio Ferreira Lima.
Moraes questionou Cid sobre o que foi discutido na reunião e o que Braga Netto falou na ocasião. O tenente-coronel, então, respondeu: “Ministro, basicamente, os três tinham a mesma ideia, que tinham que ser feitas… Alguma ação tinha de ser feita para que o presidente quisesse assinar um documento, e as Forças Armadas entendessem a necessidade de intervir”.
Em seguida, ele complementou: “Não, não, só os três militares. Então, a discussão estava nesse nível, o que poderia ser feito para que tivesse um caos utilizando as massas, utilizando aquela população toda que tava na rua, para que pudesse ser decretada alguma coisa.”
Mais adiante no depoimento, Moraes perguntou a Cid se a “medida excepcional” tinha a finalidade de “impedir a posse” do então presidente eleito, Luiz Inácio Lula da Silva (PT), ao que o tenente-coronel respondeu: “Sim, senhor”.
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