Um dos criminosos mais perigosos do estado do Acre, Talisson de Souza Gama, conhecido como “Exu Caveira”, foi preso no fim da tarde de terça–feira (11/2) em Porto Velho (RO), no bairro de Mariana, pelos investigadores do Grupo de Atuação Especial de Combate ao Crime Organizado (Gaecos) dos Ministérios Público do Acre (MPAC) e de Rondônia (MPRO).
Conforme apurado pelo Metrópoles com investigadores da Polícia Militar de Rondônia (PMRO), que atuaram na ocorrência, Talisson foi preso enquanto tirava uma “soneca da tarde”. O acusado é considerado um dos criminosos de maior peculoriosidade do estado.
Condenado a 90 anos de prisão por homicídios, roubos, crimes contra o patrimônio e organização criminosa, Talisson estava foragido desde novembro do ano passado, quando fugiu do presídio Francisco de Oliveira, no Acre, junto a outros cinco detentos. Ele cumpria pena pelo assassinato de um motorista de aplicativo em Rio Branco, em abril de 2024.
A prisão foi resultado de uma operação conjunta entre a Força-Tarefa Integrada de Combate ao Crime Organizado (FTICCO-RO) e o 5° Batalhão da PMRO. Após a captura, o criminoso foi entregue ao sistema penitenciário do estado do Acre.
Expansão do crime organizado
A prisão do criminoso ocorre em meio a uma tentativa do Ministério Público do Acre (MPAC) de conter o avanço das facções criminosas Primeiro Comando da Capital (PCC) e Comando Vermelho (CV), que já dominam quase todos os municípios do estado.
Para reforçar o combate ao crime organizado, o MPAC lançou um canal anônimo de denúncias via WhatsApp, permitindo que a população envie textos, fotos, vídeos e áudios para auxiliar investigações.
Um estudo recente do Fórum Brasileiro de Segurança Pública, em parceria com o Instituto Mãe Crioula (IMC), revelou que todas as cidades do Acre registram a presença de facções. O levantamento mostra que, dos 22 municípios do estado, 18 são dominados pelo CV, seguido pelo PCC e pelo Bonde dos 13 (B13).
A pesquisa, divulgada em novembro do ano passado, apontava que apenas dois municípios ainda resistiam à influência do crime organizado, mas o cenário pode mudar nos próximos meses.