Usar carros, motos e caminhões está cada vez mais caro no Brasil. Um dos fatores que pesam no bolso dos consumidores brasileiros é o preço dos combustíveis nos postos, o que ficou mais evidente neste mês após reajustes feitos pelos estados e Petrobras.
A seguir o Metrópoles explica quais fatores influenciaram na alta do preço médio dos combustíveis para o consumidor final e lista alguns hábitos que podem ajudar a reduzir os custos com o abastecimento de veículos.
A alta no preço dos combustíveis
- No fim de outubro do ano passado, o Conselho Nacional de Política Fazendária (Confaz) aprovou a alta de R$ 0,10 no litro da gasolina e de R$ 0,06 sobre o diesel.
- Os secretários estaduais de Fazenda passaram a decidir a alíquota de Imposto sobre Circulação de Mercadorias e Serviços (ICMS) para os 26 estados e o Distrito Federal uma vez por ano.
- Não está prevista mudança na tributação do etanol.
- Em 31 de janeiro, a Petrobras anunciou aumento de R$ 0,22 no preço do diesel vendido para as distribuidoras. Com isso, o valor por litro de diesel passa de R$ 3,48 para R$ 3,72 (em média).
- Além do ICMS, compõem o preço dos combustíveis o imposto federal, as margens de lucro da Petrobras e os custos de distribuição e revenda.
Rafael Schiozer, professor de finanças da Escola de Administração de Empresas de São Paulo da Fundação Getulio Vargas (FGV EAESP), explica que o aumento do ICMS — implementado por todos os estados e DF — e o reajuste da Petrobras no preço do diesel foram responsáveis por essa alta mais recente nos preços dos combustíveis nos postos.
Os novos valores para o ICMS a partir de fevereiro de 2025 são:
- Gasolina: de R$ 1,37/litro para R$ 1,47/litro; e
- Diesel: de R$ 1,06/litro para R$ 1,12/litro.
#A Petrobras só fez mudanças no valor por litro do diesel, não houve aumento nos preços das gasolina e etanol.
No caso da gasolina, levantamento da Agência Nacional do Petróleo, Gás Natural e Biocombustíveis (ANP) mostra que o preço médio do litro de gasolina na bomba subiu de R$ 6,20 (na última semana de janeiro) para R$ 6,35 entre 2 e 8 de fevereiro. O aumento foi de 2,4% — o que representa o maior valor dos últimos dois anos.
Segundo Schiozer, o consumidor final é impactado dentro do ciclo da cadeia produtiva. Ou seja, caso a refinaria cobre mais caro da distribuidora, ela repassará esse acréscimo para o posto, que, por fim, aumentará os preços nas bombas.
“Não tem muito como escapar disso, com qualquer mercadoria é assim. Se aumenta o preço lá do produtor, quem está intermediando vai ter que repassar essa alta, em parte ou totalmente, para o consumidor final”, observa ele.
Para o professor da FGV, a comparação entre a inflação de alimentos e a questão dos combustíveis é “muito fraca”. “O impacto direto dos combustíveis é para quem, de fato, usa combustível, dirige carro, dirige caminhão”, diz.
“Tudo que é insumo, que transporta alimento, vai acabar afetando um pouquinho o preço dos alimentos, mas isso é um elemento bem pouco relevante. Tem outras coisas mais importantes, como a safra, entressafra e a demanda”, ressalta Schiozer.
Dicas para economizar com combustível
- Pesquisar preços dentro da região de conveniência: procurar um posto que tenha preços mais baratos.
- No caso de veículos flex, observar o que está mais em conta: etanol ou gasolina. Se o etanol estiver 30% ou mais barato do que a gasolina, vale a pena abastecer com o etanol, mas vale lembrar que isso varia para cada tipo de veículo.
- Conduzir o veículo de forma mais econômica: fazer menos aceleradas e freadas bruscas, cuidar da calibragem dos pneus.
- Se deslocar menos de carro e moto: opte por outras formas de transporte.
- Usar eventualmente o transporte público: ao adotar esse hábito, o custo fica mais barato.