Uma combinação de fatores que causa chuvas intensas vai atuar em regiões do Brasil até a próxima sexta-feira (17/1). A previsão foi divulgada na terça-feira (14/1), pelo Instituto Nacional de Meteorologia (Inmet).
Conforme o Inmet, nos próximos dias o Nordeste vai enfrentar pancadas de chuva. Elas podem ser localmente fortes por causa do aumento da umidade em quase toda a região.
Os sistemas meteorológicos que favorecem volumes expressivos de chuva na porção mais ao norte do Nordeste, incluindo o semiárido, vão se manter ativos entre esta quarta-feira (15/1) e a próxima sexta. Os estados mais afetados, diz o Inmet, serão: Maranhão, Piauí, Ceará e Bahia.
Entenda o motivo de tanta chuva
No momento, há uma atuação da Zona de Convergência do Atlântico Sul (ZCAS). Ela impulsiona o trânsito da umidade produzida na região amazônica para o Sudeste do Brasil, passando pelo Centro-Oeste, e outras regiões do mapa, por meio dos corredores de umidade.
Como a umidade é fator primordial para a formação das chuvas, a atuação da ZCAS favorece a ocorrência das precipitações. A ZCAS geralmente fica em diagonal no mapa do Brasil. A posição da mesma não é fixa, podendo se situar mais ao norte ou ao sul, a depender das circunstâncias.
A meteorologista Andrea Ramos afirma que os fatores combinados que estão mantendo a forte atuação da ZCAS são: Zona de Convergência Intertropical (ZCIT), Vórtices Ciclônicos em Altos Níveis (VCAN) e uma frente fria.
No momento, há um deslocamento da ZCIT para a porção norte do Brasil. Ela é uma faixa de nebulosidade que se situa originalmente na faixa equatorial do globo terrestre.
“No verão, ela desce e influencia principalmente a faixa norte do país, que envolve não só a região Norte, mas também o Nordeste, principalmente no Maranhão, Ceará, até mesmo no Piauí e no Rio Grande do Norte”, afirma Ramos.
Além da nebulosidade da ZCIT, a ZCAS tem influência do VCAN. “Ele (o VCAN) é um sistema de alta pressão que, no centro dele, favorece um tempo aberto e pouca nebulosidade. Já na periferia dele, ele joga instabilidade”, diz a meteorologista.
Os corredores pelos quais transita a umidade originada na região amazônica estão interagindo com uma frente fria vinda do sul. A umidade, ao encontrar a frente fria na região Sudeste, que funciona como um tipo de barreira, acaba desviando para o interior do país.
Como todos os fatores lidam com umidade, as precipitações aumentam e vão se manter mais intensas até, pelo menos, a próxima sexta-feira.
Alerta laranja
O Inmet emitiu um alerta laranja para 16 estados e o Distrito Federal (DF) relativo a chuvas intensas. O aviso tem validade até as 10h desta quarta.
Ao todo, 1.998 municípios estão abrangidos pelo alerta. Neles, pode ocorrer volume acumulado diário de chuva de 50 a 100 mm. Também há preocupação quanto aos ventos. Eles poderão ter velocidade de 60 a 100 quilômetros por hora (km/h).
Também foi emitido um alerta amarelo para chuvas intensas. Neste caso, as consequências são menos severas para os 24 estados mais o Distrito Federal que estão sob o aviso meteorológico.
Regiões enfrentam temporais
Os temporais têm causado estragos pelo Brasil. Até o momento, Minas Gerais é o estado com mais prejuízos decorrentes após temporais. A Defesa Civil divulgou, no último balanço oficial, publicado na manhã da terça, que houve 12 mortes no estado, além de 674 desalojados e 104 desabrigados. Também são contabilizados 58 municípios em situação de emergência ou calamidade.
Em Goiás, a capital Goiânia registrou as 24 horas mais chuvosas em 19 anos. Foram 135,5 mm acumulados, de 9h de domingo (12/1) às 9h de segunda-feira (13/1), conforme a Climatempo. Houve alagamentos no município e uma importante via precisou ser interditada.
