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segunda-feira, 13 janeiro, 2025
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    HomeBrasiliaMacas presas em hospitais por até 10 dias atrasam operação do Samu-DF

    Macas presas em hospitais por até 10 dias atrasam operação do Samu-DF

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    Hospitais e UPAs do Distrito Federal continuam retendo macas de ambulâncias do Serviço de Atendimento Móvel de Urgência (Samu-DF), mesmo após o Tribunal de Justiça (TJDFT) proibir a prática, em agosto de 2020. O costume afeta diretamente o trabalho do Samu e, consequentemente, o atendimento à população.

    As unidades chegam a “prender” uma maca por mais de 10 dias em um único mês. É o caso da UPA do Núcleo Bandeirante, que, em setembro de 2024, ficou um total de 12 dias com uma cama hospitalar do Samu-DF, impedindo assim que a unidade móvel fizesse atendimentos à sociedade.

    A unidade de saúde de Vicente Pires também costuma ter um índice alto de retenção de macas. Em novembro de 2024, por exemplo, foram 10 dias; em janeiro, 13; e em fevereiro, 14.

    A UPA de Samambaia é mais uma unidade que ficou mais de 14 dias com, ao menos, uma maca do Samu-DF em suas dependências. O recorde foi registrado em janeiro passado.

    A unidade de Ceilândia I também tem altos índices de retenção de camas hospitalares do Samu. Em setembro de 2024, foram 13 dias; em novembro, 10.

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    Quando não possui leitos disponíveis, a unidade de saúde precisa manter o paciente na maca aonde ele chegou

    Vários hospitais e UPAs do DF tiveram mais de 10 dias de retenção por mês
    Falta de leitos disponíveis é um dos causadores do problema
    Reportagem reuniu gestores, servidores e deputados para levantar soluções para o problema
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    Unidades de saúde do DF seguem “prendendo” macas do Samu

    Material obtido pelo Metrópoles

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    Quando não possui leitos disponíveis, a unidade de saúde precisa manter o paciente na maca aonde ele chegou

    Vinicius Schmidt/Metrópoles (@vinicius.foto)

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    Vários hospitais e UPAs do DF tiveram mais de 10 dias de retenção por mês

    Hugo Barreto/Metrópoles (@hugobarretophoto)

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    Falta de leitos disponíveis é um dos causadores do problema

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    Reportagem reuniu gestores, servidores e deputados para levantar soluções para o problema

    Andre Borges/Esp. Metrópoles

    Os números são da Secretaria de Saúde do DF (SES-DF), levantados a pedido do Metrópoles. A pasta faz um cálculo de horas por mês, como mostra o gráfico abaixo:

    Confira:

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    Em tese, a retenção acontece porque não há leitos disponíveis nas unidades de saúde no momento em que o Samu-DF leva um paciente ao local. Como, em alguns casos, o cidadão precisa continuar deitado, é necessário usar a padiola até que surja um leito.

    Uma maca retida em um hospital altera o fluxo de atendimento do Samu-DF. Os profissionais têm que ficar esperando o equipamento ser liberado e, enquanto isso, ficam indisponíveis para prestar outros atendimentos.

    “Temos macas reservas, que não se acoplam à viatura de maneira adequada. Geralmente, nós vamos até alguma base para buscar esse equipamento substituto, mas, a depender da distância, leva no mínimo uma hora”, explica um servidor que terá a identidade preservada. “A cada duas horas, nós vamos até a unidade de saúde para ver se a maca já está liberada”, complementa.

    Causas

    O especialista em administração hospitalar Ronny Rezende analisa as razões de o problema persistir no DF. “Trata-se de um conjunto de fatores estruturais, logísticos e de gestão, como falta de leitos e a sobrecarga do Sistema Único de Saúde (SUS) como um todo”, comenta.

    Para Rezende, é preciso um planejamento intersetorial. “A falta de uma gestão efetiva entre os serviços de emergência, hospitais e redes de saúde pode agravar o quadro. Embora hospitais sejam diretamente responsáveis pela liberação das macas, a retenção é uma necessidade dentro do contexto atual. Isso reflete um problema sistêmico, não uma falha individualizada”, prossegue o gestor.

    Sugestões

    Como medidas para correção do caso, o especialista sugere a implementação de sistemas que otimizem a ocupação e liberação de leitos; a ampliação da estrutura descentralizada de atendimento; e o aumento de leitos e equipamentos. “Utilizar ferramentas tecnológicas para priorizar casos graves e direcionar pacientes para hospitais e UPAs com maior capacidade, aumentar a estrutura de unidades menores para evitar a sobrecarga dos grandes centros clínicos e investir em infraestrutura hospitalar para suprir a demanda crescente pode ajudar”, conclui.

    Já o servidor que fala à reportagem em anonimato pede, de forma direta, mais investimentos. “Quando uma unidade retém uma maca, representa, mesmo que por algumas horas, uma ambulância a menos nas ruas. A sugestão que fica é que hospitais e UPAs façam mais aquisições e manutenções de macas”, encerra.

    Técnico em enfermagem e engajado em pautas relacionadas à saúde, o deputado distrital Jorge Vianna (Podemos) relembra que a retenção das macas é caso antigo. “É um problema crônico que nós temos na rede [de saúde do DF]”, comenta. “Já teve até ordem de prisão contra diretor de hospital porque a unidade por ele gerida não tinha local para colocar paciente. É uma coisa difícil de resolver”, reconhece.

    Perguntado pela reportagem sobre o que é possível fazer para acabar de vez com a questão, Vianna aposta na ampliação de prontos-socorros e, principalmente, na criação de equipes que atuem especificamente na guarda e troca de macas. “A minha sugestão é que os padioleiros fiquem ali, com as macas guardadas, apenas esperando os pacientes que vêm das viaturas do Samu e do Corpo de Bombeiros. Assim, essas camas ficariam exclusivas para fazer a substituição do paciente que acabara de chegar”, explica.

    “Os pacientes são internados nessas macas das ambulâncias porque, quando a viatura chega, não tem uma padiola lá na unidade de saúde. Então, é preciso haver macas específicas para este tipo de atendimento.”

    O deputado relembra que, em junho de 2024, destinou R$ 1 milhão em emendas parlamentares para a compra de macas. “Elas já foram compradas, mas [as unidades] ainda continuam retendo”, relata.

    O Metrópoles questionou a Secretaria de Saúde do DF, mas, até a última atualização desta reportagem, a pasta não havia se posicionado. O texto será atualizado tão logo haja uma resposta oficial.

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