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domingo, 12 janeiro, 2025
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    Sucuri-verde que morreu após atropelamento estava no final da gestação

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    A cena chocante de uma sucuri-verde (Eunectes murinus) que estava grávida e morreu, tendo cerca de 40 filhotes expelidos da barriga ao ser atropelada em Porto dos Gaúchos, a 644 km de Cuiabá, na MT-338, nessa segunda-feira (6/1), gerou comoção nas redes sociais.

    De acordo com o professor de biologia Alessandro Santana Reis, ela estava no final da gestação, período que dura vários meses e no qual a fêmea busca ambientes protegidos e fontes regulares de calor para favorecer o desenvolvimento dos embriões.

    “No caso específico do atropelamento, a expulsão dos filhotes não é um mecanismo de defesa, mas uma consequência física. O impacto do veículo comprime o corpo da fêmea, causando uma espécie de parto forçado”, esclarece o professor.

    O caso foi registrado por Ederson Negri Antonioli, youtuber e pescador que passava pelo local. Ele filmou a cena chocante, mostrando a sucuri no meio da estrada, cercada pelos filhotes já sem vida. As imagens viralizaram nas redes sociais, gerando debates sobre a preservação da fauna e os riscos enfrentados por animais selvagens em áreas de rodovias.

    A reprodução das sucuris

    A sucuri-verde é a maior espécie de cobra do mundo em termos de peso e uma das maiores em comprimento. Esses animais pertencem ao grupo das vivíparas, ou seja, as fêmeas carregam os filhotes em seu ventre até que estejam completamente formados e prontos para nascer.

    Segundo Santana, as sucuris podem gerar grandes ninhadas, frequentemente entre 30 e 40 filhotes, dependendo da idade reprodutiva e das condições ambientais.

    O caso da sucuri em Porto dos Gaúchos serve como um alerta para a relação conflituosa entre humanos e a natureza. Conforme as cidades e áreas agrícolas se expandem, os habitats naturais das espécies selvagens são fragmentados, aumentando as interações perigosas com a atividade humana.

    Sucuris e o risco nas rodovias

    De acordo com o professor Alessandro Reis, atropelamentos de animais selvagens têm se tornado cada vez mais frequentes devido à ocupação desordenada das áreas urbanas e rurais. “Muitos animais, como viados e répteis, acabam invadindo rodovias em busca de alimento, abrigo ou até mesmo calor, e isso aumenta o risco de acidentes”, explica o professor.

    No caso das sucuris, o risco é ainda maior. Esses répteis dependem de fontes externas de calor para regular a temperatura corporal, um comportamento conhecido como ectotermia.

    Por isso, é comum que procurem margens de rodovias asfaltadas, que acumulam calor ao longo do dia. Esse hábito, no entanto, os torna extremamente vulneráveis a atropelamentos.

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