As pessoas que sofrem com dificuldade para dormir ou que não têm sono de qualidade correm maior risco de ter problemas sexuais. E as mulheres são as mais prejudicadas.
A descoberta vem de um estudo feito na Universidade de Rochester, nos Estados Unidos. Os resultados foram publicados no Journal of Psychosomatic Research, em dezembro de 2023.
“O sono saudável é um componente chave da função sexual. Esta pesquisa explora as relações entre a gravidade da insônia, a satisfação sexual e a função sexual”, afirmam os autores no trabalho.
“A presença de insônia clínica foi fortemente associada a uma pior função sexual em homens e mulheres”, contam.
Sete em cada 10 brasileiros sofrem com alterações no sono, segundo dados da Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz). A insônia é caracterizada pela dificuldade para dormir e manter o sono contínuo durante a noite, ou pelo despertar antes do horário desejado.
A privação de sono pode indicar alterações na saúde física ou mental, causadas por estresse, ansiedade, consumo de álcool e cafeína e uso de camas desconfortáveis.
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Quando o assunto é qualidade do sono, é necessário implementar uma rotina saudável que garanta uma boa noite de descanso. Muitas vezes, a dificuldade para dormir ou acordar cedo, por exemplo, está relacionada aos hábitos cotidianos que devem ser corrigidos
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Uma noite de sono mal dormida interfere diretamente no humor e no desempenho das atividades do dia seguinte. Além disso, os níveis de irritabilidade, ansiedade e estresse podem aumentar significativamente
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Estudos mostram que o tempo ideal de horas de sono varia para cada pessoa, mas a média mundial é de seis a oito horas por noite. Durante o sono profundo, ocorre a liberação de hormônios importantes para a regulação do organismo
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Muitas pessoas têm sono ruim e nem percebem isso. Na dúvida, que tal adotar algumas técnicas conhecidas como “higiene do sono”?
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1. Crie uma rotina: procure deitar e levantar nos mesmos horários todos os dias, mesmo nos feriados e fins de semana
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2. Durma um pouco mais cedo a cada dia: aproveite o período próximo ao fim das férias para dormir cerca de 30 minutos antes do horário que estava acostumado a ir para a cama a cada dia, até chegar no horário ideal
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3. Levante-se se não conseguir dormir: saia da cama se tiver dificuldade de adormecer. Faça algo relaxante como respirar fundo, ouvir música suave ou ler um livro. Recomenda-se não ligar a televisão ou mexer no celular. Só retorne para a cama quando estiver sonolento
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4. Cama é para dormir: nunca use a cama para estudar, ler, ver TV, ficar no computador ou no celular. O corpo precisa entender que aquele é um ambiente de relaxamento
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5. Mantenha o quarto escuro: ter um quarto completamente escuro, sem luminosidade externa ou luzes de aparelhos eletrônicos facilita o sono
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6. Evite cochilos: limite cochilos diurnos a menos de uma hora de duração e até as 15h, para não prejudicar o sono da noite
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7. Evite alimentos e bebidas estimulantes entre quatro e seis horas antes de deitar. Na lista entram chocolate, café, refrigerantes, chás do tipo preto, verde, mate e chimarrão
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8. Evite fazer exercícios físicos de alta intensidade nas três horas antes do horário programado para deitar. Eles podem deixar a pessoa muito alerta e atrapalhar o sono
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9. Diminua o ritmo: separe de 15 a 30 minutos antes de deitar para relaxar e diminuir o ritmo. Desligar-se de estímulos externos ajuda a sinalizar o cérebro de que é hora de dormir
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10. Evite bebidas alcoólicas e cigarro: eles também prejudicam o padrão do sono
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Insônia e vida sexual
Os cientistas entrevistaram 1.226 pessoas — sendo 618 homens e 648 mulheres — com idade média de 45 anos, para avaliar a qualidade do sono e a vida sexual delas.
Os participantes foram questionados sobre como dormem; como o sono interfere em seu humor, energia e relacionamento; e como avaliavam seu desejo sexual, excitação, lubrificação, orgasmo, satisfação e dor durante a relação sexual.
A pesquisa Sono e Sexo II incluiu medidas que abordam insônia, medo de dormir, pesadelos, função sexual, satisfação sexual, atividade sexual, depressão, ansiedade, estresse pós-traumático e uso de álcool.
Mais da metade das mulheres com insônia (53,8%) sofria de problemas sexuais, como baixa satisfação e dificuldade para chegar ao orgasmo. Os problemas na vida sexual foram relatados por 31,8% das que não tinham dificuldade para dormir.
Entre os homens, 23% dos que sofriam com insônia também tinham queixas na vida sexual, enquanto apenas 12% dos que dormiam rapidamente tinham os mesmos problemas.
“As mulheres tiveram aproximadamente o dobro da taxa de disfunção sexual e insônia que a experimentada pelos homens”, chamam atenção os pesquisadores.
Por outro lado, ter atividade sexual recente foi correlacionada com melhor sono, menor ansiedade e pontuações mais baixas em um exame de transtorno de estresse pós-traumático.
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