spot_img
quinta-feira, 13 março, 2025
More
    spot_img
    HomeBrasiliaPM que viu surto de policial achou que tiro era “ataque externo”

    PM que viu surto de policial achou que tiro era “ataque externo”

    -

    O segundo-sargento Diogo Carneiro dos Santos, que presenciou um episódio trágico na manhã desse domingo (14/1), quando um colega de corporação atirou contra outro policial da equipe deles e se matou, deu detalhes do que aconteceu momentos antes do ocorrido.

    Diogo disse que demorou a entender que o ataque havia partido de dentro do carro da corporação. O PM, lotado no 27º Batalhão de Polícia Militar (BPM), do Recanto das Emas, lembrou que, por volta das 7h, entrou em serviço com o segundo-sargento Paulo Pereira de Souza e o soldado Yago Monteiro Fidelis, que atuava como motorista.

    Às 9h16, a equipe se deslocou para atender a uma ocorrência de suposta agressão contra criança, cometida pela mãe. Contudo, o caso se resolveu no local, e a equipe de policiais não precisou seguir para a delegacia com os envolvidos. Em seguida, por volta das 11h, o trio parou em frente a uma sorveteria, para comprar picolés.


    0

    Ainda segundo Diogo, Yago Fidelis não quis descer; portanto, o militar foi ao estabelecimento acompanhado de Paulo Souza. Eles compraram os picolés e consumiram no local.

    Depois, ambos voltaram e entraram no carro. O segundo-sargento afirmou que o veículo ainda estava estacionado quando ouviu um tiro e se assustou.

    “Olhei para o Yago e vi o sangue escorrer da cabeça dele. Saí da viatura correndo, sem entender o que tinha acontecido. Imaginei ser um disparo externo contra nossa guarnição. Nesse momento, ouvi outro tiro. Pedi apoio [de outros policiais] por celular. Quando [a outra equipe] chegou, fui mais perto da viatura e notei que o autor dos disparos era o Paulo, que ainda estava com a arma na mão”, detalhou Diogo.

    Paulo morreu no local. Yago chegou a ser levado para o Hospital Regional de Taguatinga (HRT), mas não resistiu.

    Diogo ressaltou que não presenciou, em momento algum, discussão ou desentendimento entre Yago e Paulo nem teve conhecimento sobre qualquer eventual problema entre eles, de ocasiões anteriores. O caso é investigado pela 27ª Delegacia de Polícia (Recanto das Emas).

    Veja imagens da ocorrência:

    Alerta

    O episódio levantou um alerta na corporação. Mensagens trocadas entre PMs mencionam falhas dentro da estrutura da Polícia Militar do Distrito Federal quando o assunto é a saúde mental do efetivo.

    Nas conversas, um homem chegou a dizer que Paulo Pereira teria passado por avaliação médica anteriormente, mas que não houve qualquer ação para retirá-lo do serviço nas ruas e armado.

    Atualmente, a PMDF tem o Centro de Assistência Psicológica e Social (Caps), subordinado à Diretoria de Assistência à Saúde (DAS) e ao Departamento de Saúde e Assistência ao Pessoal (DSAP), para dar assistência nessa área a policiais militares e beneficiários. Mas, como o Metrópoles havia mostrado em julho de 2023, o quadro de médicos tem apenas um psiquiatra.

    A reportagem também detalhou que a corporação dispunha de apenas 54 médicos para cuidar dos cerca de 72 mil policiais militares da ativa, da reserva e das famílias deles.

    Policiais entrevistados também reclamaram de “sucateamento” do CAS da PMDF, devido aos baixos investimentos nesses profissionais.

    Por meio de nota, a PMDF informou ter uma “rede credenciada do sistema de saúde [da corporação], dispondo de clínicas de psiquiatria e de psicoterapia para atendimento”.

    “Além disso, a PMDF, por meio da Capelania Militar e do Centro de Promoção e Qualidade de Vida, conta com assistência psicológica que funciona 24 horas, sete dias na semana, bem como promove cursos para a saúde mental do policial militar”, completou a corporação.

    Related articles

    LEAVE A REPLY

    Please enter your comment!
    Please enter your name here

    Stay Connected

    0FansLike
    0FollowersFollow
    3,912FollowersFollow
    22,200SubscribersSubscribe
    spot_img

    Latest posts