O Centro de Comunicação Social do Exército Brasileiro informou, neste domingo (10/9),que cumprirá a decisão judicial expedida pelo ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF), e afastará o ex-ajudante de ordens de Jair Bolsonaro (PL), tenente-coronel Mauro César Barbosa Cid de suas funções.
A partir do cumprimento da decisão, Cid ficará agregado ao Departamento-Geral do Pessoal (DGP) sem ocupar cargo e exercer função.
O Exército cumpre determinação de Moraes na mesma decisão em que homologou delação premiada de Cid, proposta pela defesa do ex-ajudante de ordens de Bolsonaro à Polícia Federal. No documento, Moraes concedeu liberdade provisória a Cid, com imposição de cautelares, como uso de tornozeleira eletrônica, proibição de sair de casa em determinados horários e afastamento das funções no Exército. Notificada, a Força diz que cumprirá.
O ministro ainda mandou suspender quaisquer documentos de porte de arma de fogo em nome do investigado, além de quaisquer Certificados de Registro para realizar atividades de colecionamento de armas de fogo, tiro desportivo e caça (CACs), e o uso de redes sociais.
Moraes proibiu Cid de se ausentar do país, com obrigação de realizar a entrega de seus passaportes dentro de cinco dias. Determinou, ainda, que os passaportes sejam tornados sem efeito.
Mauro Cid deixa Batalhão do Exército após quatro meses de prisão
A delação
Em 6 de setembro, Cid chegou a ir ao STF para falar sobre o desejo de colaborar. O ex-ajudante de ordens foi preso sob a acusação de envolvimento em um esquema de fraude nos cartões de vacinação de familiares e do ex-presidente Bolsonaro.
Cid é investigado em uma série de operações – entre as quais, a que apura a venda ilegal de joias e outros objetos do acervo da Presidência da República durante a gestão Bolsonaro.
Novas diligências
Na delação, agora homologada, Mauro Cid precisará trazer às investigações fatos inéditos, que não tenham sido contados nas horas de depoimentos já prestados à Polícia Federal. Após as revelações, que devem ser feitas pelo militar nos próximos dias, a PF fará novas diligências para checar a veracidade das informações.
A expectativa é que Cid esclareça pontos sobre como se deu a participação de Bolsonaro nos seguintes casos: a falsificação de cartões de vacina no sistema do Ministério da Saúde, o Conect SUS; as joias que entraram irregularmente no país e o momento em que os presentes foram vendidos no exterior; e até sobre o 8 de Janeiro e as investigações sobre a tentativa de golpe de Estado no país, com a participação de mentores intelectuais do governo anterior.
Cid deverá fazer o uso de tornozeleira eletrônica, está proibido de sair de casa em determinados horários e foi afastado das funções no Exército
Cid deverá usar tornozeleira eletrônica, está proibido de sair de casa em determinados horários e foi afastado das funções no Exército
Hugo Barreto/Metrópoles
Mauro Cid estava preso desde 3 de maio em Brasília
Mauro Cid estava preso desde 3 de maio em Brasília
Hugo Barreto/Metrópoles
Mauro Cid deixa Batalhão de Polícia do Exército
Mauro Cid deixa Batalhão de Polícia do Exército
Hugo Barreto/Metrópoles
Mauro Cid
Mauro Cid deixou o Batalhão do Exército e foi para o Centro Integrado de Monitoração Eletrônica, onde colocou tornozeleira eletrônica
Hugo Barreto/Metrópoles
Mauro Cid
Ministro Moraes suspendeu porte de arma de fogo de Cid e o seu registro de Colecionador, Atirador Desportivo e Caçador (CAC)
Hugo Barreto/Metrópoles
Ministro Alexandre de Moraes ainda determinou apreensão do passaporte de Mauro Cid
Ministro Alexandre de Moraes ainda determinou apreensão do passaporte de Mauro Cid
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Imagem colorida de Mauro Cid ao lado de integrante do Exército, fardado
Mauro Cid no Batalhão de Polícia do Exército
Hugo Barreto/Metrópoles
Mauro Cid no Batalhão de Polícia do Exército, em Brasília, onde ficou preso por 4 meses
Cid estava preso desde 3 de maio, por ordem de Alexandre de Moraes
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Cezar Roberto Bitencourt, advogado de Cid
Cezar Roberto Bitencourt, advogado de Cid, chega ao atalhão de Polícia do Exército, em Brasília
Hugo Barreto/Metrópoles @hugobarretophoto
Cezar Roberto Bitencourt, advogado de Mauro Cid
Bitencourt chegou acompanhado de sua esposa
Hugo Barreto/Metrópoles @hugobarretophoto
Imagem colorida de Mauro Cid ao lado de integrante do Exército, fardado
Mauro Cid no Batalhão de Polícia do Exército
Hugo Barreto/Metrópoles
Mauro Cid no Batalhão de Polícia do Exército, em Brasília, onde ficou preso por 4 meses
Cid estava preso desde 3 de maio, por ordem de Alexandre de Moraes
Hugo Barreto/Metrópoles
Cezar Roberto Bitencourt, advogado de Cid
Cezar Roberto Bitencourt, advogado de Cid, chega ao atalhão de Polícia do Exército, em Brasília
Hugo Barreto/Metrópoles @hugobarretophoto
Cezar Roberto Bitencourt, advogado de Mauro Cid
Bitencourt chegou acompanhado de sua esposa
Hugo Barreto/Metrópoles @hugobarretophoto
Vazamento Tenente-coronel do Exército Mauro Cid, ex-ajudante de ordens de Bolsonaro, fica em silêncio durante sessão da CPMI do 8 de Janeiro.
Mauro Cid mudou estratégia de defesa e contou o que sabe à PF
Hugo Barreto/Metrópoles
CPMI do 8 de Janeiro O tenente-coronel Mauro Cid, ex-ajudante de ordens de Jair Bolsonaro (PL), é ouvido pela Comissão Parlamentar Mista de Inquérito
Mauro Cid estava preso no batalhão da Polícia do Exército
Hugo Barreto/Metrópoles
Batalhão de Polícia do Exercíto em Brasília
Batalhão de Polícia do Exercíto em Brasília
Hugo Barreto/Metrópoles
Batalhão de Polícia do Exercíto em Brasília
Mauro Cid foi levado à unidade em maio
Hugo Barreto/Metrópoles
Batalhão de Polícia do Exercíto em Brasília
No batalhão, ficam presos militares que cometeram trangressões
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Fardado, Mauro Cid chega para depor à CPI do 8:1 no Senado
O oficial ficou preso por quatro meses
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Imagem colorida do tenente-coronel Mauro Cid, ex-ajudante de ordens de Jair Bolsonaro – Metrópoles
Cid costumava passar muito tempo escrevendo anotações
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Batalhão de Polícia do Exercíto em Brasília
Entrada do Batalhão de Polícia do Exercíto, em Brasília
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Mauro-Cid-diz-que-permanecerá-em-silêncio-durante-CPI-4
Mauro Cid recebeu visitas de outros investigados na prisão
Breno Esaki/Metrópoles
Tenente-coronel do Exército Brasileiro, Mauro Cid, ex-ajudante de ordens de Bolsonaro, fica em silêncio durante sessão da CPMI do 8 de Janeiro
Tenente-coronel Mauro Cid, ex-ajudante de ordens de Bolsonaro
Vinícius Schmidt/Metrópoles
presidente Jair Bolsonaro e Mauro Cid conversam na rampa do Planalto
Bolsonaro e seu ajudante de ordens à época do governo
Rafaela Felicciano/Metrópoles
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Depoimentos
Nas últimas semanas, Cid prestou uma série de depoimentos à Polícia Federal. O mais recente ocorreu em 31 de agosto, em investigação sobre o caso das joias.
Além de Cid, Jair e Michelle Bolsonaro, o general Mauro Cesar Lourena Cid (pai de Mauro Cid) e os advogados Fabio Wajngarten e Frederick Wassef foram convocados, simultaneamente, para oitivas na PF.
Dos oito convocados, apenas Mauro Cid e seu pai falaram aos investigadores em Brasília; Frederick Wassef, advogado da família Bolsonaro, prestou esclarecimentos em São Paulo.
Bolsonaro e Michelle permaneceram em silêncio durante a oitiva. A ex-primeira-dama se baseou em parecer da Procuradoria-Geral da República (PGR) que questiona a competência do STF em julgar o caso. Fabio Wajngarten também não falou. Um dos motivos apresentados por ele é o fato de ser advogado do casal Bolsonaro.
Nessa oitiva do ex-ajudante de ordens, a PF apurou se Mauro Cid participou ou se tem informações do encontro e das tratativas que o ex-presidente Jair Bolsonaro teve com a deputada federal Carla Zambelli (PL-SP). Nas conversas, os dois teriam discutido um plano para invadir o sistema do CNJ e também para contestar a efetividade do sistema eleitoral.