O governo federal afirmou, nesta terça-feira (13/5), “não compactuar com qualquer uso de força policial contra a população” da Favela do Moinho, no centro de São Paulo. O governo estadual iniciou a demolição de casas na região, e um grupo de moradores protestou ateando fogo nos trilhos da Companhia Paulista de Trens Metropolitanos (CPTM).
“Diante da forma como o governo do Estado de São Paulo está conduzindo a descaracterização das moradias desocupadas na favela do Moinho, a Secretaria do Patrimônio da União (SPU) vai expedir, ainda nesta terça-feira, 13 de maio, uma notificação extrajudicial paralisando o processo de cessão daquela área para o governo do Estado”, informou em nota o Ministério da Gestão e da Inovação em Serviços Públicos.
O ministério reforçou que o ofício de 12 de maio da SPU concordava com uma descaracterização das moradias desocupadas de forma voluntária, e não demolição, “condicionada a uma atuação cuidadosa, para evitar o impacto na estrutura das casas vizinhas e minimizar a interferência nas atividades cotidianas da comunidade”.
“Desde o início das negociações com o governo de São Paulo, em 2024, a SPU deixou explícito que a cessão da área estava vinculada à condução de um processo de desocupação negociado com a comunidade e transparente”, finaliza o pronunciamento da pasta.
Morador ferido com balas de borracha
“Informei que estava indo para meu trabalho, mostrei a identificação, não permitiram que eu passasse”, disse auxiliar de atendimento Everson Anderson, de 25 anos, ao Metrópoles. Ele afirmou ter levado quatro tiros da munição não letal nas costas.
Segundo o morador, os policiais jogaram bombas de gás lacrimogêneo e uma delas atingiu seu pé. “Eu me assustei e saí correndo. Eles [os policiais] me deram quatro tiros nas costas”, disse o morador, que se diz amedrontado. “A resposta que o estado tem para a gente está nas minhas costas.”