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terça-feira, 29 abril, 2025
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    Caos se instala em UPA do DF: pais se revoltam com falta de pediatra

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    Crianças com febre alta e dificuldades respiratórias só estão sendo atendidas na Unidade de Pronto Atendimento (UPA) de Ceilândia se apresentarem febre superior a 39°C e saturação de oxigênio abaixo de 85%. A restrição imposta pela unidade provocou revolta entre pacientes e gerou uma nova confusão nesta segunda-feira (28/4), repetindo o tumulto registrado no domingo (27/4), quando, revoltados, pacientes promoveram um quebra-quebra na unidade de saúde.

    A situação tem obrigado pais a peregrinarem por diferentes postos de saúde do Distrito Federal em busca de atendimento. Foi o que aconteceu com Lorrayne Ribeiro, mãe de um bebê de 1 ano. “Me desloquei para o hospital do Guará. Chegando lá, disseram que só atendem no vermelho. Meu filho está com 39°C, não come desde ontem e tem problema respiratório desde a semana passada”, contou. Sem sucesso no Guará, ela seguiu para a UPA de Ceilândia, onde encontrou o mesmo protocolo rígido. “De qualquer forma, você não tem atendimento para nenhuma criança”, lamentou.

    Veja vídeo:

    O drama vivido por outras famílias também escancara o cenário de desassistência. Rayane Aparecida levou o filho de 9 anos, com suspeita de asma e falta de ar persistente há uma semana, e também não conseguiu atendimento.

    “Meu filho está há sete dias com falta de ar. Cheguei aqui e falaram que não tem médico. Se ele morrer, é culpa deles”, desabafou Rayane, visivelmente emocionada. Ela também criticou a postura dos funcionários da unidade. “Vi uma atendente no celular chamando parente para entrar, enquanto nós ficávamos aqui esperando feito besta”, denúncia.

    A revolta é compartilhada por outros pacientes, que apontam a falta de pediatras como um problema recorrente na rede pública do Distrito Federal. Érika Lopes, mãe de um menino de 10 anos com sintomas de urticária, relatou que já enfrentou a mesma dificuldade diversas vezes.

    5 imagens

    Rayane Aparecida

    Messias Rocha
    Érica Lopes
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    Kebec Nogueira/Metrópoles
    @kebecfotografo

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    Rayane Aparecida

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    Messias Rocha

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    Érica Lopes

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    Kebec Nogueira/Metrópoles
    @kebecfotografo

    “Sempre que venho, não tem pediatra. Já é a terceira vez. O sentimento é que não podemos contar com a rede pública”, disse. Desta vez, diante da ausência de atendimento, ela decidiu voltar para casa e recorrer a tratamentos alternativos. “Se fosse um caso grave, a gente desespera”, reclama.

    A falta de médicos atinge também outras unidades próximas, como a UPA do Setor O, obrigando famílias a buscarem atendimento em cidades vizinhas como Samambaia e Recanto das Emas.

    Caos de domingo

    No domingo (27/4), pacientes revoltados depredaram a UPA de Ceilândia após horas de espera sem atendimento médico, culminando em cenas de caos por volta das 19h50. De acordo com a Polícia Militar do DF, um homem foi detido por danos ao patrimônio público durante os protestos, que surgiram após a ausência de médicos e a demora no atendimento, especialmente para crianças e casos urgentes. Segundo Messias Rocha que estava presente no momento, a confusão começou às 16h quando um homem passou mal e desmaiou por falta de atendimento.

    Veja: pacientes se revoltam e depredam UPA de Ceilândia

     

    Famílias indignadas depredaram a unidade e a Polícia Militar do Distrito Federal (PMDF) foi chamada para conter a violência. “Cadê o médico?”, gritavam pais e mães de crianças em busca de atendimento. Famílias alegaram estar esperando desde cedo por atendimento. “Isso é negligência!”, disparou um homem.

    O público começou a afirmar que uma criança estava passando mal à espera de atendimento. “O bebezinho está morrendo”, gritou uma mulher. Outra mãe alega que o filho está sem comer e sem conseguir fazer as necessidades e precisa de tratamento.

    “Sabe o que falaram para nós? Que ia atender só vermelho, quando chegasse morto”, denunciou uma mulher. O público questionou porque a UPA estava aberta sem pessoal para atender a população. “Nós queremos nosso direito. (…) Meu filho está queimando de febre”, pontuou um pai.

    O Iges-DF argumentou que a restrição de atendimento seria necessária para “a preservação da vida de crianças internadas em estado grave”. “Parte dos usuários reagiu de forma violenta, causando danos ao patrimônio público e colocando em risco a segurança dos presentes”, informou o órgão, por meio de nota.

    O instituto lamentou o ocorrido e informou que já iniciou a contratação emergencial de novos profissionais para recompor a equipe e garantir a continuidade do atendimento pediátrico. Enquanto isso, os pacientes teriam sido orientados a procurar a UPA Ceilândia II.

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