O presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) se manifestou sobre a morte do papa Francisco, nesta segunda-feira (21/4). Em nota, o chefe do Planalto afirmou que o pontífice “viveu e propagou em seu dia a dia o amor, a tolerância e a solidariedade que são a base dos ensinamentos cristãos”.
“Nas vezes em que eu e Janja fomos abençoados com a oportunidade de encontrar o Papa Francisco e sermos recebidos por ele com muito carinho, pudemos compartilhar nossos ideais de paz, igualdade e justiça. Ideais de que o mundo sempre precisou. E sempre precisará”, disse.
O presidente decretou luto de sete dias pelo falecimento do pontífice. No comunicado, Lula também destacou o histórico de luta pela igualdade do papa Francisco.
“Criticou vigorosamente os modelos econômicos que levaram a humanidade a produzir tantas injustiças. Mostrou que esse mesmo modelo é que gera desigualdade entre países e pessoas. E sempre se colocou ao lado daqueles que mais precisam: os pobres, os refugiados, os jovens, os idosos e as vítimas das guerras e de todas as formas de preconceito.”
Relembre a trajetória:
- Francisco foi o primeiro papa latino-americano, sucedendo Bento XVI após a renúncia.
- Jorge Bergoglio nasceu em Buenos Aires, na Argentina, em 17 de dezembro de 1936, filho de imigrantes italianos.
- Formado em química, decidiu seguir a vida sacerdotal aos 20 anos, em 1958.
- Papa Francisco lecionou na Faculdade de São Miguel e obteve doutorado em teologia pela Universidade de Freiburg, na Alemanha.
O pontífice faleceu aos 88 anos, em sua residência oficial na Casa Santa Marta, no Vaticano, em Roma. A informação foi anunciada pelo cardeal Kevin Farrell. Um dia antes, no Domingo de Páscoa, Francisco fez uma aparição pública para milhares de fiéis, na Praça de São Pedro.
Recentemente, o papa passou cerca de 40 dias internado para tratar uma pneumonia. Ele recebeu alta no dia 23 de março e, desde então, vinha se recuperando.
Lula e Francisco
Em fevereiro, durante a internação de Francisco, o presidente promoveu uma missa pela saúde do papa Francisco, no Palácio da Alvorada. A celebração reuniu o vice-presidente Geraldo Alckmin, a primeira-dama Janja Lula da Silva, religiosos e amigos do petista.
Lula e o papa Francisco se reuniram durante a cúpula do G7, na Itália, em junho do ano passado. Na ocasião, os líderes falaram sobre o combate à fome.
Em 2019, enquanto esteve preso, o petista trocou correspondências com o pontífice. “Quero […] lhe encorajar pedindo para não desanimar e continuar confiando em Deus”, escreveu Francisco, na época.
Confira a nota completa do Planalto:
A humanidade perde hoje uma voz de respeito e acolhimento ao próximo. O Papa Francisco viveu e propagou em seu dia a dia o amor, a tolerância e a solidariedade que são a base dos ensinamentos cristãos.
Assim como ensinado na oração de São Francisco de Assis, o argentino Jorge Bergoglio buscou de forma incansável levar o amor onde existia o ódio. A união, onde havia a discórdia. E a compreensão de que somos todos iguais, vivendo em uma mesma casa, o nosso planeta, que precisa urgentemente dos nossos cuidados.
Com sua simplicidade, coragem e empatia, Francisco trouxe ao Vaticano o tema das mudanças climáticas. Criticou vigorosamente os modelos econômicos que levaram a humanidade a produzir tantas injustiças. Mostrou que esse mesmo modelo é que gera desigualdade entre países e pessoas. E sempre se colocou ao lado daqueles que mais precisam: os pobres, os refugiados, os jovens, os idosos e as vítimas das guerras e de todas as formas de preconceito.
Nas vezes em que eu e Janja fomos abençoados com a oportunidade de encontrar o Papa Francisco e sermos recebidos por ele com muito carinho, pudemos compartilhar nossos ideais de paz, igualdade e justiça. Ideais de que o mundo sempre precisou. E sempre precisará.
Que Deus conforte os que hoje, em todos os lugares do mundo, sofrem a dor dessa enorme perda. Em sua memória e em homenagem à sua obra, decreto luto de sete dias no Brasil
O Santo Padre se vai, mas suas mensagens seguirão gravadas em nossos corações.