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sábado, 19 abril, 2025
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    Anna Muylaert rebate acusação de “transfake” em Geni e o Zepelim

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    Desde que anunciou Thainá Duarte no papel de Geni em Geni e o Zepelim, a diretora Anna Muylaert tem sido alvo de críticas por escalar uma atriz cis para interpretar uma personagem que, no musical original Ópera do Malandro, é uma travesti do Rio de Janeiro que vive da prostituição.

    Em seu perfil no Instagram, a cineasta publicou um vídeo convidando “amigas e amigos trans e cis” para debater a polêmica. Tanto a diretora quanto o elenco chegaram a ser acusados de transfake — termo usado quando atores cis interpretam personagens trans.

    “Quero explicar tudo. Durante o processo de criação deste filme, a gente entendeu que a letra do Chico e o conto do [autor francês] Guy de Maupassant, Bola de Sebo, no qual o Chico diz ter se inspirado, poderiam ter várias leituras: poderia ser uma mulher trans; poderia ser uma mãe solteira; poderia ser a Fabiana Silva da Favela do Moinho, uma carroceira; poderia uma presidente tirada do poder sem crime de responsabilidade; poderia ser uma floresta atacada diariamente por oportunistas”, explicou a diretora.

    Ela esclarece que a escolha por uma prostituta cis para protagonizar a obra foi uma “questão de lugar de fala”. “A gente entendeu que essa poesia poderia ter várias interpretações, e que a gente poderia fazer essa versão amazônica cis com a atriz Thainá Duarte.”

    “Diante da reação da comunidade trans, quero vir aqui abrir o debate e jogar a pergunta: essa letra do Chico, essa poesia, hoje em 2025, o mito Geni só pode ser interpretada como um uma mulher trans?”, questionou a diretora.

    No vídeo, ela convoca a comunidade trans e os fãs de Chico Buarque – compositor da clássico que inspira o filme – e do conto de Maupassant para debater a questão.”Se a gente computar que hoje em 2025 só pode interpretar a Geni como trans, a gente vai repensar o nosso filme”, prometeu.

    Repercussão

    Nos comentários, personalidades cis e trans se manifestaram sobre o assunto. A cantora Liniker destacou que o simples fato de se questionar se a escolha foi certa ou não já expõe, de forma intensa, as comunidades trans — lembrando que o Brasil não é um país acolhedor para pessoas fora dos padrões de gênero, especialmente quando se trata de ocupar papéis de protagonismo em produções audiovisuais.

    “Todo respeito ao trabalho de Tainá Duarte, mas quando trazemos a reflexão em nossos textos desde que saiu essa matéria e nos posicionamos pelo apagamento, é por espaço e oportunidade que nos colocamos, por termos atrizes trans que poderiam sim dar vida a essa personagem tão icônica e já retratada tantas vezes como uma pessoa trans”, refletiu a cantora.

    3 imagens

    Atriz Thainá Duarte
    1 de 3

    Diretora Anna Muylaert

    Gleeson Paulino/Divulgação

    2 de 3

    Ministério da Cultura/Reprodução

    3 de 3

    Atriz Thainá Duarte

    Crédito/Instagram

    Camila Pitanga ressaltou que Muylaert pode fazer o filme que quiser, mas que a interpretação por uma mulher cis serve ao “apagamento doloroso de mulheres trans”.

    “São poucos personagens com esse protagonismo entende? É uma escolha que fere. Ah eu amo como filha a Thainá e amo acompanhar o seu trabalho e voz. Bom debate. Obs: cuidado com o argumento de liberdade de expressão, de interpretação… tem um campo inimigo que usa a beça esse léxico!”, assinalou a atriz.

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