Aliado próximo ao ex-presidente Jair Bolsonaro, o pastor Silas Malafaia defendeu nesta quarta-feira (16/4) a expulsão do deputado Antonio Carlos Rodrigues (SP) do PL. O parlamentar foi o único da sigla a não assinar o requerimento de urgência do projeto de anistia aos envolvidos no 8 de Janeiro, proposta prioritária da oposição na sua disputa com o Supremo Tribunal Federal (STF). Por isso, virou alvo do líder da Assembleia de Deus Vitória em Cristo.
“Até o tolo, quando se cala passa por sábio. Perdeu uma oportunidade de ouro de ficar calado e não vomitar asneiras. (…) Quer dizer que Bolsonaro quis dar golpe? Que donas de casa, idosos, faxineira, sorveteiro, pipoqueiro, trabalhador, quiseram dar golpe sem arma na mão? Isso é uma farsa de perseguição política do seu amiguinho Alexandre de Moraes. Você tinha que ser expulso do PL!”, disse Malafaia.
O pastor fez referência a um provérbio bíblico ao falar sobre o silêncio de um tolo. Malafaia também disse que a postura de Rodrigues foi adotada por uma suposta relação com o ministro do STF Alexandre de Moraes. O magistrado é relator dos inquéritos sobre a suposta tentativa de golpe e já condenou participantes da manifestação de 8 de Janeiro.
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“Ele é amicíssimo do ditador da toga Alexandre de Moraes. A narrativa, de tanto conviver com PT, por ter sido ministro de Dilma [Rousseff], é ‘não podemos tensionar, abrir guerra com o Judiciário, temos que ter paz’… Que conversa fiada é essa? O projeto de anistia é de competência exclusiva do Congresso, não tem que dar satisfação a STF ou ao governo Lula”, reclamou Malafaia.
O parlamentar foi alvo de críticas do líder religioso nesta semana, e respondeu na tribuna da Câmara. Antonio Carlos Rodrigues disse lamentar que o pastor adote “um discurso que contribui com o acirramento dos ânimos” e sugeriu que Malafaia se candidate caso deseje “participar ativamente do debate politico e confrontar parlamentares”. O congressista provocou: “Não elegeu nem o teu vereador na capital”.
Malafaia reagiu: “Isso é um preconceito. Qualquer cidadão pode participar do debate político e questionar Executivo, Legislativo e Judiciário. Isso é uma vergonha, tu tinha que ser expulso do PL”.
O pastor também disse ter elegido 8 dos 11 candidatos a vereador que apoiou, e também 17 dos 21 candidatos a prefeito. “O deputado Sóstenes, líder do seu partido e um gigante da anistia, era meu funcionário, um ilustríssimo desconhecido, que eu vi a vocação e ajudei a elegê-lo deputado”, finalizou.
