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    HomeSaúdeMédicos explicam que algumas doenças parecem emocionais, mas não são

    Médicos explicam que algumas doenças parecem emocionais, mas não são

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    Dores no corpo, falta de ar ou cansaço extremo. Esses sintomas, muitas vezes atribuídos à ansiedade ou ao estresse, podem indicar condições físicas reais.

    De acordo com o neurocirurgião Bruno Burjaili, do hospital Sírio Libanês, é comum que sintomas de depressão e ansiedade apareçam como consequência de doenças que geram dor constante e afetam diversas áreas da vida do paciente.

    “Em alguns casos, essas outras doenças estão presentes em paralelo. Mesmo diante de uma depressão mais ‘pura’, a explicação do quadro são também alterações físicas, mas em regiões mais sutis e complexas na profundidade do sistema nervoso”, diz.

    Burjaili explica que uma das doenças mais confundidas com transtornos emocionais é a fibromialgia. “Trata-se de uma dor no corpo o tempo todo, ou de um quadro em que regiões diferentes do corpo doem de modo migratório. Existem impactos afetivos, mas isso não deve ser confundido como causa”, explica.

    O médico destaca que outras condições, como a síndrome do intestino irritável, a síndrome da bexiga dolorosa e a fadiga crônica, também costumam ser interpretadas erroneamente como distúrbios emocionais.

    A demora no diagnóstico e o tratamento inadequado podem piorar a situação, levando a um sofrimento ainda maior. “A fibromialgia, por exemplo, quando não tratada pode sim gerar quadros de depressão e ansiedade mais graves, tornando o tratamento ainda mais complexo”, alerta.

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    De acordo com a Organização Mundial da Saúde (OMS), o Brasil é o país mais ansioso do mundo, e registrou ainda mais casos da condição durante a pandemia da Covid-19. Além de adultos, a ansiedade também pode se manifestar em crianças por diversos motivos, como divórcio dos pais, provas ou problemas na escola, por exemplo

     Apesar de ser considerada relativamente comum, uma vez que pode atingir qualquer pessoa por qualquer motivo, a ansiedade se torna um verdadeiro problema quando tudo vira motivo de preocupação exagerada e o paciente passa a apresentar crises
     A crise de ansiedade é uma situação que causa grande sensação de angústia, nervosismo e insegurança, como se algo de muito mau, e que foge completamente do controle, fosse acontecer a qualquer momento
    A crise surge, normalmente, devido a situações estressantes específicas e que geram gatilho, como precisar fazer uma apresentação, ter prazo curto para entregar um trabalho, estar em algum lugar que não gostaria ou ter sofrido uma perda, por exemplo
    Entre os sintomas de uma crise de ansiedade estão: batimentos cardíacos acelerados, sensação de falta de ar, formigamento no corpo, sensação de leveza na cabeça, dor no peito, náuseas, transpiração excessiva, tremores, entre outros
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    A ansiedade é uma espécie de condição psíquica caracterizada por preocupação constante e excessiva de que algo negativo possa acontecer. Segundo pesquisadores da Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ), é, ainda, uma sensação difusa de desconforto carregado por sentimento frequente de apreensão que pode desencadear transtornos

    Peter Dazeley/ Getty Images

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    De acordo com a Organização Mundial da Saúde (OMS), o Brasil é o país mais ansioso do mundo, e registrou ainda mais casos da condição durante a pandemia da Covid-19. Além de adultos, a ansiedade também pode se manifestar em crianças por diversos motivos, como divórcio dos pais, provas ou problemas na escola, por exemplo

    Elva Etienne/ Getty Images

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    Apesar de ser considerada relativamente comum, uma vez que pode atingir qualquer pessoa por qualquer motivo, a ansiedade se torna um verdadeiro problema quando tudo vira motivo de preocupação exagerada e o paciente passa a apresentar crises

    Tara Moore/ Getty Images

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    A crise de ansiedade é uma situação que causa grande sensação de angústia, nervosismo e insegurança, como se algo de muito mau, e que foge completamente do controle, fosse acontecer a qualquer momento

    Getty Images

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    A crise surge, normalmente, devido a situações estressantes específicas e que geram gatilho, como precisar fazer uma apresentação, ter prazo curto para entregar um trabalho, estar em algum lugar que não gostaria ou ter sofrido uma perda, por exemplo

    Tara Moore/ Getty Images

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    Entre os sintomas de uma crise de ansiedade estão: batimentos cardíacos acelerados, sensação de falta de ar, formigamento no corpo, sensação de leveza na cabeça, dor no peito, náuseas, transpiração excessiva, tremores, entre outros

    Holly Wilmeth/ Getty Images

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    Estes sintomas ocorrem devido ao aumento do hormônio adrenalina na corrente sanguínea, algo normal quando a pessoa enfrenta um momento importante. Contudo, se os sintomas se tornarem constantes, podem sinalizar um transtorno de ansiedade generalizada

    Klaus Vedfelt/ Getty Images

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    O que se deve fazer durante uma crise de ansiedade depende da gravidade e da frequência dos sintomas e, por isso, o ideal é sempre receber aconselhamento especializado, de um psiquiatra ou psicóloga

    MICROGEN IMAGES/SCIENCE PHOTO LIBRARY/ Getty Images

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    Apesar disso, realizar exercícios de respiração, ingerir chá calmante, tentar conversar com alguém de confiança, descansar, desligar a mente, fazer atividades físicas que goste ou tentar manter o pensamento em algo que dê conforto são algumas dicas que podem ajudar a aliviar o problema

    Jamie Grill/ Getty Images

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    Quando a crise de ansiedade acontece pela primeira vez, ou não se tem certeza do que está acontecendo, é importante procurar um hospital para garantir que não seja outro problema mais grave, como o infarto

    Science Photo Library/ Getty Images

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    De qualquer forma, caso as crises sejam frequentes, um especialista deve ser procurado para identificar a causa e iniciar um tratamento

    Fiordaliso/ Getty Images

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    A ansiedade pode desencadear problemas que, dependendo dos sintomas, podem ser classificados como Transtorno de ansiedade generalizada (TAG), fobia social, síndrome do pânico, entre outros. Esses problemas podem gerar impacto na vida pessoal e profissional do paciente, por isso o quanto antes for diagnosticado, menos problemas serão enfrentados

    kupicoo/ Getty Images

    Sinais de alerta e a importância do olhar especializado

    A neurologista e neuroimunologista Natália Nasser Ximenes, do Hospital Santa Lúcia, de Brasília, explica que algumas doenças neurológicas também podem provocar alterações de humor como manifestação secundária.

    “Depressão pode ser um dos primeiros sintomas da doença de Parkinson, anos antes dos sinais motores, por exemplo. Em casos de demência frontotemporal, podem surgir sintomas como mania, psicose e mudanças de comportamento”, exemplifica.

    Outras condições confundidas com sintomas psiquiátricos incluem a esclerose múltipla, que pode causar formigamentos semelhantes a crises de ansiedade, e certos tipos de epilepsia, em que as crises focais se parecem com síndrome do pânico. “Antes de atribuir uma queixa a um transtorno psiquiátrico, é fundamental excluir doenças neurológicas”, reforça.

    A reumatologista e médica clínica Cristina Ellert Salomão, que atua em São Paulo, lembra que o estresse pode agravar doenças reais como o lúpus, a psoríase e a alopecia areata. “Isso não quer dizer que ‘vem tudo da cabeça’. Mesmo na ansiedade e na depressão, que são fenômenos emocionais, existem alterações genéticas, bioquímicas e do sistema nervoso central envolvidas”, esclarece.

    Quando o diagnóstico não fecha, é hora de investigar mais

    Segundo Cristina, quando os tratamentos psiquiátricos não funcionam, é importante investigar se há outros diagnósticos não identificados. “Por exemplo, hipertireoidismo pode causar sintomas semelhantes à ansiedade, e o hipotireoidismo pode levar à depressão. Não se deve apenas prescrever remédios psiquiátricos para tratar síndromes complexas sem uma avaliação clínica adequada”, destaca.

    Ela também ressalta que abordagens complementares são essenciais. “Na fibromialgia, é preciso orientar o paciente sobre atividade física, ajustar a postura, considerar fisioterapia. Já na síndrome do intestino irritável, a dieta e o funcionamento intestinal devem ser avaliados”, orienta.

    O consenso entre os especialistas é que o corpo e a mente estão intimamente conectados, mas isso não significa que doenças físicas devam ser encaradas como meramente emocionais. O olhar atento e qualificado é essencial para evitar diagnósticos errados e tratamentos ineficazes.

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