O Partido dos Trabalhadores (PT) passará a ter reuniões fixas para melhorar a articulação do governo do presidente Luiz Inácio Lula da Silva no Congresso Nacional. Os encontros ocorrerão no gabinete da sigla na Câmara dos Deputados, e foram convocados pelo líder do partido, Lindbergh Farias (RJ), para as segundas e terças-feiras, antecipando a volta da maioria dos petistas a Brasília.
A ideia é que, às segundas, aconteça uma reunião com as lideranças da Federação Brasil da Esperança. Essa aliança é liderada pelo PT, formada com PCdoB e PV, na eleição de 2022. Nesse tipo de acordo, formalizado perante o Tribunal Superior Eleitoral (TSE), os partidos funcionam como um só por quatro anos.
O partido do presidente Lula tem buscado maneiras de melhorar e agilizar a articulação. Dessa forma, o PT entende que delegar pedidos a aliados próximos com diálogo com o Centrão pode facilitar a busca por votos no Congresso.
A reunião do PT às terças terá a mesma premissa, mas com um adicional: a busca pela dianteira na comunicação. A legenda diagnosticou que, por vezes, ganha disputas no plenário, mas perde o debate nas redes sociais. O grupo quer encontrar um método para solucionar o problema em diálogo com o presidente da sigla, o senador Humberto Costa (PE).
Ofensiva da oposição
O novo plano de articulação é posto em prática diante de uma ofensiva da oposição na Câmara. Há duas semanas, o PL, do ex-presidente Jair Bolsonaro, vem tentando obstruir votações no plenário e nas comissões.
A greve promovida pela oposição visa pressionar o presidente da Câmara, Hugo Motta (Republicanos-PB), a pautar o pedido de urgência para o projeto de anistia aos envolvidos no 8 de Janeiro. Na quarta-feira (4/4), a base governista se aliou ao agro para derrubar a obstrução.
A nova estratégia da bancada do PT ocorre num momento de mudanças também no Planalto. O presidente Lula voltou da viagem ao Japão e se encontrou com senadores — e interlocutores garantem que o mandatário terá mais cerca de cinco encontros com parlamentares.
Uma crítica feita a Lula no Legislativo é de que, no terceiro mandato, o petista se mostra menos disposto a participar ativamente da interlocução do Planalto com as bancadas aliadas.
