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    HomeBrasilApós Alckmin, Haddad afirma que BC considera sazonalidades na inflação

    Após Alckmin, Haddad afirma que BC considera sazonalidades na inflação

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    O ministro da Fazenda, Fernando Haddad, disse nesta quinta-feira (27/3) que o Banco Central (BC) já olha para os chamados núcleos de inflação na hora de definir a taxa básica de juros (Selic). A fala foi dada após o ministro ser questionado sobre a declaração do vice-presidente Geraldo Alckmin (PSB), que defendeu que o BC não leve em conta a inflação de alimentos e energia ao decidir sobre a Selic.

    O vice-presidente não mencionou mudanças não mencionou mudanças no cálculo da inflação, que é feito pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).

    “Na verdade, o Banco Central avalia os núcleos de inflação. Muitas vezes eles consideram certa volatilidade de determinados preços. Quer dizer, a análise dos núcleos já leva em consideração efeitos sazonais, determinado comportamento em virtude de choques externos, como é o caso de condições climáticas”, argumentou Haddad.

    Em seguida, ele afirmou que a metodologia da autoridade monetária vai “ao encontro daquilo que o vice-presidente imagina ser o mais correto”.

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    Haddad e Alckmin no lançamento do programa Desenrola
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    BRENO ESAKI/METRÓPOLES @BrenoEsakiFoto

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    Ricardo Stuckert / PR

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    Haddad e Alckmin no lançamento do programa Desenrola

    Hugo Barreto/Metrópoles @hugobarretophoto

    “Todo relatório do Banco Central tem uma análise de núcleos que é justamente para verificar exatamente o que está acontecendo com o que a gente chama de inflação, excluindo eventuais choques ou sazonalidades que podem eventualmente levar uma interpretação dos dados que não focam naquilo que mais importa para a política monetária”, completou.

    O titular da Fazenda classificou como “rotina” do Banco Central esse tipo de avaliação dos núcleos.


    Entenda a situação dos juros no Brasil

    • A taxa Selic é o principal instrumento de controle da inflação.
    • Ao aumentar os juros, a consequência esperada é a redução do consumo e dos investimentos no país.
    • Dessa forma, o crédito fica mais caro e a atividade econômica tende a desaquecer, provocando queda de preços para consumidores e produtores. A inflação dos alimentos tem sido a pedra no sapato do presidente Lula (PT).
    • São esperadas novas altas nos juros ainda no primeiro trimestre, com taxa Selic próxima a 15% ao ano.
    • Projeções mais recentes mostram que o mercado desacredita em um cenário em que a taxa de juros volte a ficar abaixo de dois dígitos durante o governo Lula e do mandato de Gabriel Galípolo à frente do BC.

    Na segunda-feira (24/3), Alckmin voltou a dizer que a taxa básica de juros da economia brasileira deveria ser calculada sem inflação de alimentos e energia. Ele mencionou o exemplo do banco central dos Estados Unidos, que retira esses dois índices do cálculo dos juros básicos da economia estadunidense.

    Para o vice-presidente, os aumentos nos preços de alimentos e energia são impulsionados por fatores externos e de natureza pontual, como eventos climáticos adversos e tensões geopolíticas, como guerras. Segundo o também ministro, esses eventos impactam os preços de forma significativa, mas não possuem uma relação direta com a política monetária e, portanto, com a taxa de juros.

    De acordo com Alckmin, é preciso “aumentar os juros naquilo que pode ter mais efetividade na redução da inflação”.

    “A redução da inflação é essencial. A inflação não é neutra socialmente, ela não é neutra, ela atinge muito mais o assalariado, que tem reajuste, normalmente, uma vez por ano e vê todo mês, todo dia, o seu salário perder o poder aquisitivo. Então, entendo, sim, que é uma medida que deve ser estudada pelo Banco Central brasileiro”, argumentou.

    Entenda

    É trabalho do Banco Central controlar a inflação do país. Em momentos de alta, o órgão sobe os juros para conter a demanda e reduzir os preços. Em fevereiro deste ano, o Índice de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA), que mede a inflação oficial, ficou em 1,31%, a maior taxa para o mês em 22 anos.

    “Prévia da inflação”, IPCA-15 sobe 0,64% em março, pressionado por alimentos e transportes

    A Selic, por sua vez, está em 14,25% ao ano, conforme definido na semana passada pelo Comitê de Política Monetária (Copom). Este é o maior valor da taxa em quase 10 anos.

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