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    HomeBrasiliaOficinas gratuitas de gastronomia promovem autonomia de mulheres do DF

    Oficinas gratuitas de gastronomia promovem autonomia de mulheres do DF

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    Arte, cultura e comida. A gastronomia ancestral está presente diariamente na mesa da população brasileira e envolve muito mais do que só o ato de cozinhar. Refere-se também às práticas culinárias e aos hábitos alimentares transmitidos de geração em geração, que refletem a identidade e a história de um povo.

    Aproximar a alimentação ancestral do público por meio da teoria e da prática é a proposta do projeto social Fufu Ajayô.

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    Idealizada pela Aguiar Conexões Criativas, em parceria com o Coletivo da Cidade e apoio da Casa Orí Ayô, por meio de recursos do Fundo de Apoio à Cultura (FAC), a iniciativa oferece oficinas gratuitas para mulheres negras e LGBTQIAPN+ da Cidade Estrutural, de modo a alinhar gastronomia e gestão de negócios.

    “Mais do que um curso, o Fufu Ajayô é uma celebração da resistência, do afeto e da potência transformadora das mulheres negras por meio da comida”, ressalta a idealizadora e coordenadora-geral do projeto, Ray Preta.

    Veja imagens:

    10 imagensTássia Aguiar e Ray PretaMãe Francys de OyáParticipantes realizaram oficina do acarajéAlunas participam de oficinas teóricas e práticasMassa do acarajé é feita com feijão fradinhoFechar modal.1 de 10

    Acarajé

    Samuel Reis/ Metrópoles @osamuelreiss2 de 10

    Tássia Aguiar e Ray Preta

    Samuel Reis/ Metrópoles @osamuelreiss3 de 10

    Mãe Francys de Oyá

    Samuel Reis/ Metrópoles @osamuelreiss4 de 10

    Participantes realizaram oficina do acarajé

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    Alunas participam de oficinas teóricas e práticas

    Samuel Reis/ Metrópoles @osamuelreiss6 de 10

    Massa do acarajé é feita com feijão fradinho

    Samuel Reis/ Metrópoles @osamuelreiss7 de 10

    Domingas Conceição Silva (primeira à esquerda) gostou muito de participar do projeto

    Samuel Reis/ Metrópoles @osamuelreiss8 de 10

    Rosana Mendes classificou que a iniciativa tem significado de “resgate” para ela

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    Oficina foi ministrada pela Mãe Francys de Oyá

    Samuel Reis/ Metrópoles @osamuelreiss10 de 10

    Alunas prepararam acarajé durante oficina

    Samuel Reis/ Metrópoles @osamuelreiss

    Também idealizadora do projeto, a coordenadora de oficinas Tássia Aguiar comentou que a ideia é passar para as alunas que a gastronomia é uma arte.

    “Temos experiência com a gastronomia. Ray e eu somos um casal e abrimos um restaurante vegano há anos. Essa [iniciativa] é uma construção do que vivemos e, com nossa experiência, pretendemos passar isso para outras mulheres negras e periféricas, para que elas também possam empreender e fomentar o que fazem”, detalha Tássia.

    Resgate pessoal

    O impacto das oficinas foi definido por uma das participantes do projeto como “transformador”. Motorista de carro por aplicativo, Rosana Mendes, 41 anos, conta que o projeto tem significado de “resgate” para ela.

    “Tive câncer no ano passado e, depois de tudo, precisava me reencontrar e reinventar. Conhecer essa cultura e me aproximar dessa cozinha tem sido algo maravilhoso. Todo ensinamento tem sido magnifico. Estou encantada, além de motivada e decidida a me engajar nessa culinária, que carrega significados e sentimentos”, comenta Rosana.

    Atualmente desempregada, Domingas Conceição Silva mora na Cidade Estrutural e, assim que soube do projeto, quis se inscrever.

    “Minha vontade é ser uma grande protagonista na cozinha. Apesar de baiana, não conheço muito da cultura por trás da gastronomia. Tem sido um [momento de] grande aprendizado, e tudo muito prazeroso. Dividir a cozinha com outras mulheres na mesma situação que eu é algo bem especial para mim”, diz.

    Reconhecimento dos melhores pratos

    Com receitas escolhidas minuciosamente, baseadas em reaproveitamento, sustentabilidade, alimentação ancestral, inclusão e antiespecismo, os encontros ocorrem durante todo este mês e valorizam pratos típicos, originais e com insumos acessíveis.

    Em um dos encontros, as participantes aprenderam a fazer acarajé. A oficineira Mãe Francys de Oyá afirma que a iniciativa mostra o papel multifacetado da gastronomia.

    “Essa comida traz empoderamento e autoestima. O objetivo do projeto é tanto de relevar o ego e transformar a tristeza em alegria quanto de fazer com que essas mulheres transformem a realidade e a vida delas”, descreve.

    Como parte final do projeto, em 2 de agosto haverá a Feira Fufu Ajayô de Gastronomia, um evento aberto ao público, que reunirá sabores, ancestralidade e protagonismo feminino em um espaço de encontro com a comunidade.

    Divididas em grupos, as mulheres serão desafiadas a criar receitas para apresentar e vender na feira a preços simbólicos de R$ 5. Os melhores pratos receberão premiação em dinheiro de R$ 2 mil, R$ 1,5 mil e R$ 1 mil, para primeiro, segundo e terceiro lugares, respectivamente.

    Todas as participantes terão os nomes, as histórias e as receitas celebradas por meio da entrega de certificados, de troféus e da participação em um ensaio fotográfico profissional.

    Projeto Pretagonistas

    Paralelamente ao Fufu Ajayô, as idealizadoras Tássia Aguiar e Ray Preta promovem o projeto Pretagonistas. Com foco na juventude negra periférica, a iniciativa, que também ocorre na Estrutural, oferece formação gratuita para 30 jovens de 18 a 29 anos, com ênfase em mulheres, no público LGBTQIAPN+ e em pessoas com deficiência (PCDs).

    A proposta é capacitar os participantes para atuarem na produção cultural, por meio de oficinas ministradas por profissionais negros e negras nas áreas de cultura, comunicação, artes e ativismo social.

    Ao fim da formação teórica de 10 dias, os jovens planejam e promovem uma experiência cultural gratuita, com oito horas de programação, cinco atrações artísticas e uma feira criativa com expositores e ambulantes da cidade.

    O evento, que ocorre neste sábado (20/7), consolida a aplicação prática dos conhecimentos adquiridos pelos jovens, bem como promove a visibilidade e a inserção real desses novos agentes no circuito cultural do Distrito Federal.

    O ciclo termina com o evento Sankofa, momento simbólico de transição de aprendizes para produtores culturais. Nele, os participantes farão uma apresentação curta e direta, em formato de pitch para uma banca formada por profissionais da cena cultural local, sobre os respectivos projetos culturais.

    O encontro ainda contará com convidados especiais, entrega de certificados e um coquetel de celebração.

    Willian Carvalho de Menezes
    Willian Carvalho de Menezes
    Jornalista Profissional (0014562/DF) e fotojornalista com 20 anos de experiência na cobertura de fatos que marcaram o Distrito Federal e o Brasil. Atualmente estou à frente do portal Clique DF, onde combino meu olhar jornalístico com a sensibilidade da fotografia para informar com responsabilidade, profundidade e compromisso com a verdade.

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